domingo, 8 de agosto de 2010

O Anel

Havia um rei muito poderoso que tinha tudo na vida, mas vivia inquieto, confuso. Resolveu então consultar os sábios do reino.
Disse-lhes:
- Não sei por que, sinto-me estranho e preciso ter paz de espírito.
É uma contradição, mas, quando estou alegre, sinto lá no fundo que falta alguma coisa. E sempre me desespero quando fico triste, como se o mundo fosse acabar amanhã. Não estou entendendo…
Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que ele aceitasse certas condições. Debaixo do anel havia uma mensagem, mas o rei só deveria abrir o anel quando estivesse passando por um momento apropriado. Se abrisse apenas por curiosidade, a mensagem perderia seu significado.
Quando tudo estivesse perdido, a confusão fosse total, acontecesse a agonia e nada mais pudesse ser feito, aí o rei deveria abrir o anel.
Ele jurou a si mesmo que seguiria o conselho.
Um dia o país entrou em guerra e perdeu. Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu o anel porque ainda não era o fim. O reino estava perdido mas, quem sabe, poderia recuperá-lo. Fugiu do reino para se salvar. O inimigo o seguiu, mas o rei cavalgou até perder os companheiros e o cavalo. Seguiu a pé sozinho e os inimigos atrás, tanto que era possível ouvir o tropel dos cavalos. Os pés sangravam, mas ele tinha de continuar a correr.
O inimigo foi-se aproximando e o rei, quase desmaiado, chegou à beira de um precipício. Os inimigos cada vez mais perto e não há saída, mas o rei ainda pensa: “Estou vivo, talvez eles mudem de direção, a condição não está preenchida”.
O rei olha para o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito.
Os inimigos o estão alcançando, então o rei abre o anel e lê a mensagem:
- Isto também passará.
Aí ele relaxa. Isto também passará. De uma forma natural, sem que o rei entendesse bem por que, o inimigo mudou de direção. O rei voltou a casa e, tempos depois, reuniu seus exércitos e reconquistou seu país. Houve grande festa, o povo dançou nas ruas e o rei ficou felicíssimo, chorou de tanta alegria. Com sua volta concretizada, ele mandou chamar os sábios e disse:
- Sou mui grato a vós. Como prova disso, devolvo a vós esse precioso anel, ele ja foi mui util para Vossa Majestade.
O mais sábio dentre eles, após um leve risada respondeu:
- Por que devolver? Isso também vai passar.




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